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Inteligência Artificial na educação: benefícios e desafios (parte 1)

A Inteligência Artificial trouxe para a educação benefícios e riscos: ensino personalizado, automação de tarefas, desigualdade, plágio e outros fatores. A empresa Ecossistema Educacional, uma das mais renomadas do país, produziu um material rico em informações e que vale a pena conferir!



A Inteligência Artificial (IA), em especial a IA generativa, está se popularizando rapidamente e transformando diversas áreas da sociedade, inclusive a educação. Quais são os benefícios e os riscos da Inteligência Artificial na educação?


O trabalho dos professores e dos gestores escolares está ameaçado? Como os estudantes devem utilizar ferramentas como o ChatGPT (se é que devem)?


Vamos responder essas e outras questões ao longo deste artigo. Leia até o final para ficar por dentro deste assunto, que é um dos mais falados em 2024.


O que é Inteligência Artificial?


Nas palavras do cientista de computação que criou o termo, John McCarthy, Inteligência Artificial é “a ciência e engenharia de produzir sistemas inteligentes”. Embora a ideia que John McCarthy tinha de IA em 1962, quando criou esse ramo da computação, possa estar aquém do que ela se tornou hoje, o conceito continua o mesmo.


É a tecnologia empregada para fazer máquinas se comportarem como humanos na realização de atividades manuais, tomada de decisões, compreensão de dados e até a criação de conteúdo (inovação mais recente).


E como tudo isso é possível? Simplificando, as máquinas são munidas de dados e programadas para aprender com eles, dividindo as informações em camadas e reconhecendo padrões.


Com o passar dos anos, a Inteligência Artificial foi evoluindo, dando origem a vários tipos de IA. Dentre elas, podemos destacar:


  • IA Generativa: gera novos dados e amostras (como imagens, textos e músicas) semelhantes a um conjunto de dados de treinamento. Exemplos: ChatGPT e DALL-E.

  • IA Discriminativa: classifica dados em categorias predefinidas com base em recursos específicos. É capaz de detectar objetos, reconhecer padrões, coletar, analisar e apresentar informações. Exemplos: reconhecimento facial, plataforma de aprendizagem adaptativa e plataforma de dados escolares.

  • IA Reativa: lida apenas com informações atuais e não mantém uma memória dos dados anteriores. Ela toma decisões com base em regras predefinidas e não é capaz de aprender ou se adaptar a novas situações.

  • IA Baseada em Conhecimento: utiliza um banco de dados de conhecimento humano para tomar decisões e resolver problemas, usando regras lógicas. Exemplo: sistema de diagnóstico médico.

  • IA de Aprendizado de Máquina (ou Machine Learning): consegue aprender e melhorar continuamente com base em dados. Seu aprendizado pode ser supervisionado, não supervisionado ou por reforço. Exemplo: sistema de identificação de e-mails spam.

  • IA de Aprendizado Profundo (ou Deep Learning): subcampo do Aprendizado de Máquina, utiliza redes neurais artificiais profundas para aprender representações de dados complexos. Exemplos: reconhecimento de imagem e fala, tradução automática e processamento de texto.

  • IA de Processamento de Linguagem Natural (NLP): se concentra na interação entre computadores e linguagem humana. Exemplos: chatbots, assistentes virtuais, tradução automática e análise de sentimentos. 

  • IA Autônoma: capaz de operar de forma autônoma e tomar decisões sem intervenção humana. Exemplos: carros e robôs autônomos.



Quais mudanças a Inteligência Artificial está gerando na educação?


Se, por um lado, a Inteligência Artificial tem trazido melhorias para o processo educacional, por outro ela também traz riscos e desafios para as escolas.


Segundo o educador e mestre em Informática Roger Finger, a Inteligência Artificial pode ajudar o professor a elaborar questões, fazer o planejamento de aulas e avaliar o desempenho dos estudantes.


Para o aluno, a IA facilita a pesquisa e a obtenção de conhecimento. Mas isso não significa substituição do papel do professor. Muito pelo contrário: o desenvolvimento da habilidade de manusear corretamente essa tecnologia será mais uma tarefa do docente no contexto da cultura digital.


Hoje, o papel do professor não é de mero transmissor de informações, e sim de mediador e apoiador no processo de aprendizagem.


Da mesma forma, a atribuição da escola, no que tange à formação dos estudantes,  é muito mais complexa que o fornecimento de conhecimento técnico. Ela deve desenvolver o raciocínio lógico, a empatia, a ética e o senso crítico.


Continue a leitura para compreender todos os benefícios e riscos gerados pela Inteligência Artificial na educação.



Benefícios da IA para a educação


Confira abaixo as melhorias proporcionadas pela Inteligência Artificial na educação:


Novas ferramentas de pesquisa para os alunos


A IA generativa facilitou ainda mais o processo de pesquisa dos estudantes. O que antes exigia uma visita demorada à biblioteca e depois uma leitura de minutos em alguns sites da Internet, hoje pode ser resolvido em poucos segundos depois de uma pergunta ao ChatGPT.


“A diferença entre essa ferramenta e as outras que vieram antes é que ela entrega tudo muito mastigado”, explicou Roger. “Ela vai ser uma ferramenta de trabalho e estudo. Teremos que aprender a usar, mas também entender que ela não é perfeita”.


Uso crítico e consciente das tecnologias


As respostas que o ChatGPT e outros softwares semelhantes fornecem são inegavelmente rápidas e práticas. Porém, nem todas as informações que elas entregam são confiáveis.


Como a máquina aprende com os dados disponíveis na Internet e nem todos esses dados são verídicos, o erro é uma possibilidade.


Então, como o estudante pode checar aquela informação? Quais técnicas ele pode executar para conferir as fontes? É esse tipo de questionamento que o professor deve gerar no estudante e ajudá-lo a responder.


Por exemplo, é possível pedir ao ChatGPT que cite as fontes utilizadas. Outros chats de IA sempre citam a fonte, como procedimento padrão.


Além disso, o estudante precisa desenvolver um senso crítico para avaliar as informações fornecidas e utilizar todas as ferramentas disponíveis de forma consciente, criativa, ética e inteligente.


Aprendizado em qualquer hora e em qualquer lugar


Outra mudança que a IA trouxe para a educação, assim como outras tecnologias digitais, foi a oportunidade de aprender em qualquer lugar e em qualquer momento.


Embora a informação não seja sinônimo de conhecimento, com certeza ela é uma integrante importante desse processo. E, com essas ferramentas em mãos, fica muito mais fácil aprender sobre vários assuntos – desde curiosidades e fatos históricos até pensamentos predominantes de uma escola filosófica.


Ensino personalizado


A Inteligência Artificial colabora para a personalização do ensino. As plataformas de aprendizagem adaptativa, por exemplo, coletam dados do usuário para adaptar o conteúdo ao ritmo e nível de proficiência dele, criando uma jornada de aprendizagem única.


“Certamente a personalização do ensino é um dos principais benefícios, permitindo que os estudantes possam aprender no seu próprio ritmo e de acordo com suas necessidades individuais. Além disso, a IA pode auxiliar na identificação de problemas de aprendizagem dos estudantes, possibilitando que os professores possam oferecer suporte e intervenções específicas”, escreveu o cientista da Educação João Fernando Costa Júnior.


Conexão com outras culturas e idiomas


Outra vantagem da Inteligência Artificial na educação é a conexão facilitada com outras culturas e idiomas.


Os novos sistemas de tradução baseados em IA estão conseguindo produzir resultados mais precisos, o que permite o acesso a literaturas estrangeiras e a comunicação em tempo real com estudantes e profissionais de outros países.


Automação das avaliações


O processo de avaliação escolar também é beneficiado com a Inteligência Artificial. As plataformas escolares coletam dados de aprendizagem dos estudantes por meio de atividades, leituras e testes online.


O sistema não só dispensa a correção manual das avaliações como também gera feedback automático para os alunos e relatório de resultados para os professores e gestores da escola.


“A inteligência artificial pode ser utilizada para reduzir os custos do ensino através da automação de processos de avaliação. Isso pode incluir a correção automática de provas e a análise de trabalhos escritos, reduzindo a carga de trabalho dos professores e melhorando a eficiência do processo de avaliação”, explicou João Fernando.


Gestão escolar data-driven


Relacionado ao último tópico, a Inteligência Artificial na educação favorece a gestão escolar data-driven (dirigida por dados). Isso porque as plataformas educacionais coletam, analisam e apresentam em dashboards intuitivos diversos dados sobre os estudantes, como:


  • nível de engajamento na plataforma (quantidade de atividades feitas, páginas lidas ou tempo de videoaula assistida, por exemplo);

  • frequência escolar;

  • nível de proficiência por componente curricular;

  • perfil socioemocional e comportamental;

  • áreas do conhecimento com maior e menor desempenho.


Ter clareza sobre essas informações auxilia a escola no acompanhamento pedagógico e no combate á evasão.


“A análise de dados de desempenho e comportamento dos estudantes pode ajudar a identificar alunos que estão em risco de abandonar o curso ou que estão enfrentando dificuldades específicas, permitindo que a instituição ofereça suporte personalizado e intervenções mais eficazes”, indicou João Fernando.


Na próxima publicação continuaremos explorando um pouco mais deste tema tão relevante para a educação.


Publicado originalmente em: Link

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