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Foto do escritorRedação DNR

Inteligência Artificial na educação: benefícios e desafios (parte 2)

A Inteligência Artificial trouxe para a educação benefícios e riscos: ensino personalizado, automação de tarefas, desigualdade, plágio e outros fatores. A empresa Ecossistema Educacional, uma das mais renomadas do país, produziu um material rico em informações e que vale a pena conferir! Leia agora a segunda parte do tema!



Se, por um lado, a Inteligência Artificial trouxe melhorias para o processo educacional, por outro ela também traz riscos e desafios para as escolas.


Segundo o educador e mestre em Informática Roger Finger, a Inteligência Artificial pode ajudar o professor a elaborar questões, fazer o planejamento de aulas e avaliar o desempenho dos estudantes.


Para o aluno, a IA facilita a pesquisa e a obtenção de conhecimento. Mas isso não significa substituição do papel do professor. Muito pelo contrário: o desenvolvimento da habilidade de manusear corretamente essa tecnologia será mais uma tarefa do docente no contexto da cultura digital.


Hoje, o papel do professor não é de mero transmissor de informações, e sim de mediador e apoiador no processo de aprendizagem.


Da mesma forma, a atribuição da escola, no que tange à formação dos estudantes,  é muito mais complexa que o fornecimento de conhecimento técnico. Ela deve desenvolver o raciocínio lógico, a empatia, a ética e o senso crítico.


Riscos da IA para a educação


Agora, veja abaixo os principais desafios desencadeados pela Inteligência Artificial na educação:


Facilitação do plágio


Em geral, as ferramentas de IA generativa não citam as fontes dos seus dados. Por isso, ao utilizar textos ou imagens geradas por essas ferramentas, o usuário pode facilmente cometer um plágio.


Em 2023, no Reino Unido, pelo menos 146 universitários tiveram seus exames zerados após detecção de plágio nos trabalhos acadêmicos, devido ao uso do ChatGPT.


É importante lembrar que plágio é a cópia integral ou parcial de uma obra, de forma direta ou indireta. Trata-se de uma prática criminosa, conforme a Lei N.° 9.610.


Para evitar essa conduta, os alunos devem perguntar às ferramentas de IA quais foram as fontes usadas (ou pesquisá-las manualmente) e depois citá-las em seus trabalhos. Quanto às imagens, é necessário informar, na legenda, que elas foram geradas por IA.


Já o professor precisa conscientizar os estudantes sobre o plágio, orientá-los quanto à maneira correta de citar autores e usar ferramentas de detecção de plágio.


Desinformação e disseminação de notícias falsas


As ferramentas de pesquisa alimentadas por IA geram textos baseados em seus bancos de dados. Elas são treinadas para emitir respostas verossímeis, que reúnam elementos frequentemente citados por diversas fontes.


Porém, nem sempre essas informações são verdadeiras.

O próprio ChatGPT, em sua tela inicial, alerta o usuário sobre isso: “ Cheque seus fatos. Embora tenhamos garantias, o ChatGPT pode fornecer informações imprecisas”.


Já os softwares geradores de imagem facilitam a propagação de imagens falsas, como aconteceu com a foto do Papa Francisco, vestindo um casaco branco, e a do Donald Trump, sendo perseguido por policiais – ambas mundialmente disseminadas.


Por isso, é necessário ensinar as crianças a checarem as informações em fontes confiáveis e reconhecerem imagens falsas com algumas técnicas específicas. Os estudantes precisam desenvolver o senso crítico para avaliar esses conteúdos gerados por Inteligência Artificial.



Aprofundamento da desigualdade educacional


A Unesco alertou que o uso intensivo de tecnologias digitais (incluindo a Inteligência Artificial) pode agravar a desigualdade na educação:


“Grupos desfavorecidos possuem menos aparelhos, estão menos conectados à internet e têm menos recursos em casa. O custo de boa parte das tecnologias está diminuindo rapidamente, mas ainda é muito elevado para alguns. Núcleos residenciais com melhores condições podem adquirir tecnologia primeiro, o que lhes dá mais vantagens e aumenta as disparidades”, afirmou o Relatório de Monitoramento Global da Educação 2023.


Como a maioria das ferramentas de Inteligência Artificial só funcionam online, a falta de conexão à Internet é um grande desafio. Além disso, nem todos os estudantes possuem dispositivos (celulares, notebooks ou tablets) e habilidades digitais para acessar a tecnologia.


Dependência excessiva


Há também o risco de os estudantes se acostumarem demais com as ferramentas de Inteligência Artificial e dependerem exclusivamente delas. Como consequência, podem ser prejudicadas a criatividade, a originalidade de pensamento, a autonomia e a interação com outras pessoas.


A curiosidade e a vontade de estudar, descobrir e explorar são essenciais para a aprendizagem. Os especialistas temem que o uso excessivo da Inteligência Artificial possa enfraquecer esses estímulos, deixando os alunos mais passivos.


“As inteligências artificiais generativas, aquelas que geram texto e imagem, podem enganar muito facilmente e trazer um certo sentimento de preguiça no desenvolvimento educacional. Então, por que você vai ler um texto se você pedir para a IA resumir aquilo para você?”, questionou a pesquisadora Tainá Aguiar Junquilho, em entrevista à Folha de São Paulo.


Aprendizagem mecânica


Associada a essa dependência excessiva, o uso intensivo da Inteligência Artificial pode levar a uma aprendizagem mecânica, marcada por repetições e reprodução de textos, sem reflexão aprofundada sobre o assunto.


Como explicou o professor Marco Antonio Moreira, no IV Encontro Internacional sobre Aprendizagem Significativa, a aprendizagem significativa só acontece quando o aluno é capaz de explicar um novo conhecimento com suas próprias palavras e mostra um esforço deliberado para aprender, tanto cognitiva quanto afetivamente.


Essas duas atitudes são colocadas em risco quando o estudante manipula ferramentas de Inteligência Artificial generativa de forma passiva e automática.


Discriminação


Os conteúdos gerados por Inteligência Artificial frequentemente reproduzem preconceitos discriminatórios. 


Um teste realizado pelo Comitê Permanente pela Promoção da Igualdade de Gênero e Raça, do Senado Federal, mostrou que mais de 77% dos resultados de busca na Internet por “homem foto” eram imagens de pessoas brancas. Na pesquisa por “mulher foto”, a porcentagem aumentou para 92%.


“O algoritmo, a inteligência artificial por trás dos mecanismos de busca, apresentam como “homem padrão” e “mulher padrão” o “homem jovem branco europeu” e a “mulher jovem branca europeia”, reforçando, neste exemplo, o racismo estrutural”, escreveu Devair Sebastião Nunes, coordenador de grupo do trabalho do comitê.


“Quando falamos de um sistema que é treinado por dados, precisamos entender que esses dados já possuem vieses, uma vez que são formados por informações existentes em diferentes espaços. Essas informações, muitas vezes, já são carregadas de preconceito. A desigualdade já existe nos dados. A IA só vai reproduzir esses preconceitos e desigualdades”, explicou o cientista político  Marcio Black em painel da Conferência Ethos 2023.


Violação de privacidade


Outro risco é a violação da privacidade dos estudantes e educadores. Os dados coletados e analisados pela Inteligência Artificial podem incluir informações pessoais como endereço, histórico de compras e histórico de navegação.


Segundo o Relatório de Monitoramento Global da Educação 2023, 89% dos 163 produtos de tecnologia educacional recomendados para a aprendizagem das crianças durante a pandemia da Covid-19 tinham a capacidade de monitorar ou monitoravam as crianças fora do horário escolar ou dos ambientes educacionais. 


Além disso, 39 dos 42 governos que ofertaram educação online durante a pandemia promoveram usos que arriscaram ou infringiram os direitos de privacidade das crianças. 


Para evitar esse cenário, os usuários precisam tomar cuidado com as informações que compartilham, fornecendo dados apenas para instituições de confiança.


Somado a isso, a escola deve orientar os estudantes e profissionais sobre as boas práticas de segurança na Internet e selecionar tecnologias educacionais que respeitem a Lei Geral de Proteção de Dados Pessoais (LGPD).


Em tempos de IA, a educação precisa ser mais:


Personalizada


Adaptada às necessidades, estilos de aprendizagem, objetivos e características de cada estudante, em oposição à educação em massa tradicional. 


Autoral e criativa


Aberta a processos criativos e autorais que evidenciam as habilidades artísticas, as heranças culturais e os aspectos subjetivos de cada estudante, em contramão à generalização do conhecimento.


Humana e inteligente socioemocionalmente


Dedicada a formar indivíduos éticos, responsáveis, empáticos, colaborativos, solidários e proativos, a fim de utilizar o conhecimento científico em prol do bem-estar social.


Crítica e checadora de informações


Atenta às informações falsas e aos conteúdos enganosos obtidos por meio da Inteligência Artificial. 


Ética e responsável


Respeitar a privacidade dos usuários e seguir os padrões de segurança e proteção de dados.


Ágil e eficiente


No fornecimento de feedback para os estudantes, na comunicação com os pais e responsáveis, na gestão administrativa e pedagógica da escola.


Desenvolvedora de competências digitais


Proporcionar aprendizagens de robótica, programação, pensamento computacional, informática, cultura digital e direitos digitais. Ensinar os estudantes a utilizarem, compreenderem e criarem tecnologias digitais.


Exemplos de Inteligência Artificial na educação + melhores práticas


A Inteligência Artificial está presente em várias tecnologias, sendo que algumas delas já fazem parte do nosso dia a dia há muito tempo. Por exemplo, as redes sociais, os serviços de e-mail, as plataformas de streaming e o reconhecimento facial.


Veja abaixo algumas ferramentas que podem ser utilizadas para fins pedagógicos:



ChatGPT


Como mencionamos anteriormente, o ChatGPT pode ser incorporado no processo de pesquisa para obter informações rápidas sobre um tema ou receber referências de fontes. Além disso, a ferramenta é muito útil para:


  • corrigir erros gramaticais;

  • receber sugestões de melhorias no conteúdo de um texto;

  • aperfeiçoar argumentações;

  • obter novas ideias;

  • resumir textos compridos;

  • simplificar textos complexos;

  • aplicar tom de voz em um relato.


Saiba mais sobre os desafios e oportunidades do ChatGPT assistindo ao vídeo abaixo:


Aplicativos de rota


Os aplicativos de rota também utilizam Inteligência Artificial para calcular o tempo de viagem, identificar engarrafamentos e sugerir caminhos alternativos. Essa ferramenta pode enriquecer as aulas de Física e Matemática em exercícios de velocidade e distância.


Na aula de Geografia, por meio dos recursos de vista panorâmica em 360º, a turma pode fazer um tour virtual em outros países ou regiões. Assim, os alunos conseguem explorar um relevo ou bioma inexistente no local em que eles moram de uma forma muito mais imersiva.


Plataformas adaptativas de aprendizagem


Como mencionamos anteriormente, as plataformas adaptativas de aprendizagem são um exemplo de Inteligência Artificial na educação.


Esses sistemas coletam dados sobre o aluno, como o seu progresso em atividades e o nível de acerto em perguntas. Depois, as plataformas personalizam o conteúdo de acordo com as necessidades do estudante, a fim de sanar suas dificuldades de aprendizagem.


O Aprimora, solução disponível na Suíte Educacional, é um exemplo de plataforma adaptativa de aprendizagem.


Muitas plataformas de aprendizagem são munidas, também, de chatbots. Os  robôs se comunicam em tempo real com os estudantes para solucionar dúvidas simples, encorajá-los a continuar estudando, indicar conteúdos didáticos e orientá-los no uso da ferramenta.


Plataformas de gestão escolar


Outro tipo de plataforma educacional é a plataforma de gestão escolar.


Diferentemente da plataforma de aprendizagem, essa tecnologia utiliza Inteligência Artificial para criar avaliações, gerar relatórios escolares, organizar documentos e ajudar na administração financeira.


Veja abaixo como sua instituição pode ter acesso a essa tecnologia.


Leve o poder da Inteligência Artificial para sua escola


A Suíte Educacional é uma plataforma educacional completa que reúne mais de 30 soluções da área pedagógica e de gestão escolar.


Nela, você tem acesso a várias plataformas de aprendizagem, plataformas de gestão escolar e outras tecnologias educacionais em um único ambiente digital, com um só login e senha.


Assim, sua escola pode criar seu próprio ecossistema digital e acessá-lo de forma rápida e simples. A Suíte é totalmente integrável com outros sistemas acadêmicos.


Publicado originalmente em: Link

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