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Inteligência Artificial na Educação (parte 1)

Conheça os efeitos dessa tecnologia no ensino e na aprendizagem


Por Instituto Unibanco - Observatório de Educação, Ensino Médio e Gestão


Saiba como a IA impacta no aprendizado e na gestão e entenda os riscos para privacidade e reprodução de desigualdades.


Introdução


A Inteligência Artificial (IA) vem impactando as relações sociais e diversos processos organizacionais. Na educação, novas soluções para ensino e aprendizagem estão sendo usadas em diversos contextos de modo a apoiar as atividades dos professores. Instituições de ensino e governos também estão usando a IA em sistemas de gestão escolar e análise de dados. São tecnologias diferentes trabalhando juntas para permitir que as máquinas percebam, compreendam, ajam e aprendam com níveis de inteligência semelhantes aos humanos.


Atualmente, entretanto, a maioria das tecnologias educacionais baseadas em IA são usadas no setor privado. Para quem trabalha no setor público, em países em desenvolvimento, como o Brasil, surgem algumas questões sobre as possibilidades dessa tecnologia, suas aplicações práticas, como se preparar para seu uso e como mitigar possíveis riscos para a segurança e a reprodução de desigualdades.

 

Este especial - que integra o projeto Ciência de Dados na Educação do Instituto Unibanco em parceria com o CRIE (Centro de Referência em Inteligência Empresarial, da COPPE/UFRJ) - tem como tema central Inteligência Artificial e Educação. Para uma experiência ainda mais profunda sobre o tema, compartilharemos uma série de links para materiais do Observatório de Educação - Ensino Médio e Gestão ao longo do ano. Utilize-os para uma experiência ainda mais rica e completa sobre o uso de Inteligência Artificial na educação e conheça inúmeras oportunidades para serem exploradas.


Aspectos conceituais da Inteligência Artificial


A Inteligência Artificial (IA) deixou de ser uma realidade distante ou restrita à ficção científica e está cada vez mais presente em nossas vidas – inclusive na educação. A temática não é nova, já nos anos 1930 o pai da computação e matemático Alan Turing formalizava o termo algoritmo em artigo sobre a máquina de Turing. O algoritmo é o ingrediente fundamental para a Inteligência Artificial, termo cunhado pelos pesquisadores John McCarthy, Marvin Minsky e Claude Shannon em uma conferência em 1956.


É difícil ter uma definição única para IA, pelo fato de ser um campo multidisciplinar e em constantes atualizações. Confira abaixo um vídeo no qual o jornalista Marcelo Tas explica o que é IA, que integra o Glossário de Inteligência Artificial da I2AI (International Association of Artificial Intelligence), associação sem fins lucrativos que conecta pessoas, negócios, conhecimento e tecnologia para acelerar a adoção sustentável da Inteligência Artificial no mundo.

 


Oportunidades e desafios a serem considerados


Em geral, há abordagens distintas sobre o assunto, com níveis de gradação entre elas. Existem desde previsões que a IA substituirá os seres humanos e eliminará uma lista de profissões até alegações de que ela contribuirá com "o uso humano dos seres humanos", parafraseando o subtítulo do livro de 1954 do matemático e considerado fundador da cibernética, Norbert Wiener, liberando-os para usar melhor o tempo ao assumir as tarefas repetitivas.


Uma pesquisa da empresa de consultoria McKinsey, com 2000 professores dos Estados Unidos, Canadá, Cingapura e Reino Unido sugere que 20 a 40% das horas atuais dos professores – o equivalente a 13 horas por semana – são gastas em atividades que poderiam ser automatizadas usando tecnologia já existente. Ainda de acordo com a pesquisa da McKinsey, a área com maior potencial de automação é a preparação das aulas. Os professores entrevistados revelaram gastar em média 11 horas por semana em atividades de preparação. Estima-se que o uso eficaz da tecnologia poderia reduzir esse tempo para apenas seis horas. Mesmo que os professores passem o mesmo tempo se preparando, a tecnologia poderia tornar esse tempo mais eficaz, ajudando-os a criar planos de aula e abordagens ainda melhores. A automação poderia reduzir também o tempo que os professores gastam com atividades administrativas - de cinco para apenas três horas por semana.


Um grupo de pesquisadores - formado por Rose Luckin, professora da University College London (UCL), em Londres, e diretora da Educate Ventures, empresa de pesquisa e desenvolvimento criada para ajudar o ecossistema de EdTech a agir eticamente; Wayne Holmes, consultor em IA e educação da Unesco, e professor da UCL; Mark Griffiths, professor da Nottingham Trent University, na Inglaterra, e diretor de pesquisa na Pearson; e Laurie B. Forcier, diretora de parcerias da Educate Ventures - produziu a publicação "Intelligence Unleashed - an argument for AI in education" (na tradução livre Inteligência Liberada - um argumento para a IA na educação) para demonstrar os benefícios da IA para a educação.

 

Antes de elencar quais são esses benefícios, é importante definir o que é Inteligência Artificial aplicada na educação - algo que vem sendo estudado na academia há mais de três décadas. Para os autores da publicação mencionada, "Intelligence Unleashed", IA refere-se a "sistemas de computador que foram projetados para interagir com o mundo através de capacidades (por exemplo, percepção visual e reconhecimento de fala) e comportamentos inteligentes (por exemplo, avaliando as informações disponíveis e, em seguida, tomando a ação mais sensata para atingir um objetivo declarado) que seriam consideradas essencialmente humanos".


Na próxima publicação veremos mais a respeito desse estudo e continuaremos abordando este tema tão importante para os dias atuais. Aguarde!


Créditos: publicado originalmente em:

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